E agora, o que nos resta? Não adianta mais pedir pelo que não vai acontecer, nem adianta mais brigar para mudar o que já está colocado. Precisamos entender que o que temos é o resultado desses longos meses, que foram difíceis, não vou mentir, mas que deram nisso. E como aproveitar isso e passar isso para o público, que quer mesmo é se divertir?
Buscar a diversão agora é a melhor alternativa para que nós mesmos possamos aceitar o que fazemos em cena, e para que possamos sentir a verdade dentro de nós. Só sentindo essa verdade, por mais que tenhamos discordado e discordado um milhão de vezes durante os meses de produção, é a única forma de fazer com que o público consiga ter o que veio procurar, entretenimento. E como ele consegue isso? Sentindo a verdade fluindo no ar e através das nossas falas. O texto é muito importante, e os gestos que fazemos por causa do texto que falamos também. Não queremos fazer movimentos gratuitos, exagerados, à esmo. Devemos agora sentir o que fazemos como parte dos personagens que vendemos para o público. Vendemos o nosso personagem sim, e o público compra se entender que ele é real, que o produto da nossa imaginação e da imaginação da escritora é incrivelmente real. E não real no sentido documentaresco da palavra, real no sentido de possível de ser compreendido, por mais louco e inimaginável que possa parecer à primeira vista.
Para mim, Yasmim, o teatro em essência não é político, não é social. Ele é diversão. Eu, quando saio da minha casa para assistir a uma produção teatral, quero mesmo é ser entretida, por mais trágica ou dramática que seja a peça. Eu não tenho muita experiência, e nem estudo isso na academia, por isso, talvez a minha visão não seja da pessoa metida à intelectual, nem de alguém cheia de história de sucesso e aplausos pra contar. Venho de teatro escola, de teatro família, de teatro amigos... e esse é o teatro que me fez gostar de atuar, de me divertir muito enquanto atuo, de buscar possibilidades que nem sabia que tinha. Mas a verdade é que gosto mesmo é de cinema...
De qualquer modo, há uma coisa nessa peça que é muito raro de se ver nesse mundo cheio da busca pela excelência do produto que será vendido para o espectador, que o compra sem nenhum problema, porque ele é melhor mesmo... história.
É bem verdade que AS CORVAS é uma peça com história, pelas indas e vindas, pelas discussões, pelas pessoas, pelos egos inflados, pelos novos talentos, pelos velhos talentos, ou mesmo pela falta de talento... E isso será refletido no palco, bem ou mal. Cabe ao público julgar.
Então, público, vá lá, compareça e tire suas próprias conclusões à respeito da honestidade do espetáculo, que está aí, que existe, e que quer ser visto, porque a arte é pra isso, pra ser vista e comentada.
Serviço: Espetáculo As Corvas
Dias: 28 e 29 de junho de 2012, quinta e sexta-feira
Horário: 20h
Local: Teatro do IFG, em frente ao Mutirama
ENTRADA FRANCA
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